Ansiedade, quem nunca?
Podemos dizer que a ansiedade é um sintoma que acompanha a humanidade há muitos e muitos anos. Porém, atualmente existe um número extremamente maior de casos desta disfunção psíquica espalhada pelos quatro cantos do mundo.
E a que podemos atribuir este significativo aumento?
Em primeiro lugar está o avanço tecnológico e a invasão da internet nas nossas vidas. Com uma enxurrada de conteúdos, possibilidades e variedades de distrações, nossa mente se mantém ativa e "focada" em muitas coisas ao mesmo tempo, acarretando num aumento da ansiedade por desejar estar por dentro de tudo o que se passa em tempo real.
Se uma pessoa que passa 10 minutos sem ver o celular, checar mensagens ou acessar suas redes sociais, fica com a sensação de que está desatualizada! É espantoso, mas é absolutamente real e muito nocivo para a saúde mental.
Exposto o óbvio, pois creio que para todos nós estas informações não são novidade, vamos agora entender como isso é visto pela psicanálise e quais são os caminhos possíveis de serem percorridos com a finalidade de minimizar estes danos e oferecer uma qualidade de vida melhor e mais centrada no agora.
Em suma, ansiedade é o medo do desconhecido. O indivíduo vive no amanhã, no que ainda não aconteceu e que talvez sequer venha a acontecer. Costumamos dizer que pessoas ansiosas vivem um excesso de futuro. Estar na condição de ansioso é algo que afeta direta, excessiva e negativamente a vida de um ser humano, pois gera desgaste e desconforto. Na eterna "luta" entre ID, EGO e Superego para ver quem vai "decidir" o que fazer com nossos desejos, nossa mente entra em um enorme conflito, resultando no que chamamos de neurose de angústia.
A análise oferece um espaço (setting), onde o indivíduo pode se "esvaziar" das inquietações e angústias que sofre, através da fala e da escuta atenta de alguém que está ali exclusivamente para escutar, livre de julgamento, opiniões ou críticas.
A escuta analítica deve ser neutra, imparcial e flutuante. Tudo, absolutamente tudo que o indivíduo fala (e o que deixa de falar, principalmente) importam para o analista. Ofertando este espaço de fala, o sentimento de ansiedade tende a diminuir à medida em que o paciente começa a entender as reais causas das suas angústias.
Vamos falar sobre sua ansiedade?
