Angústia - alguns exemplos da sua causa

Você sofre de algum tipo de angústia?

Você já vivenciou alguma situação em que ficou profundamente angustiado?

Segundo alguns estudiosos, a angústia pode desencadear em vários sintomas, como por exemplo: insônia, dores de cabeça, ansiedade, falta de ar, etc. Se você já sofreu ou está sofrendo algum tipo de angústia, já parou para pensar de onde pode estar vindo tal desconforto?

Segundo a teoria freudiana, no início da vida o ser humano passa por quatro fases em seu desenvolvimento psicossexual. A saber: fase oral (de 0 a 1 ano de idade), fase anal (de 1 a 3 anos), fase fálica (dos 3 aos 6); logo em seguida vem o período de latência, e, por fim, vem a fase genital (que se inicia a partir dos 11 anos). Voltando especificamente aos 3 primeiros anos de idade, a criança prioriza as necessidades do seu Id, isto é, seus desejos, seus instintos, já que para ela ainda não existem regras.

Entretanto, ao entrar na fase fálica, isto é, a partir dos 3 anos, a criança se depara com determinadas regras que são ensinadas por seus pais; a partir dali ela passa a conhecer o que é permitido e o que é proibido. É neste período que ela vivencia o complexo de édipo, que é onde começa a introjetar muito das características dos seus pais (e das figuras de representação). Cria-se, então, a noção de moralidade, fazendo com que a mesma freie em parte os seus desejos vindos do id.

A etapa seguinte é a angústia de castração, isto é, a castração simbólica responsável por censurar seus desejos. Por amor aos pais, a criança reprime seus desejos para agradar seus progenitores. Por exemplo: se uma criança possui o sonho de ser um astronauta, e se seus pais preferirem que ela se torne em um médico, empresário, ou que tenha a mesma profissão que a deles, tal criança terá aquele seu sonho/desejo reprimidos.

Mais tarde, por ter a reprovação dos pais, a criança (já adulta) padecerá de angústias, muitas vezes de causa desconhecida. Desconhecida porque a criança já crescida mal saberá que suas angústias são o resultado da libido não vivida. O ideal representativo não utilizado, isto é, seu sonho não vivenciado acabam que dando origem aos sintomas psicopatológicos.

Perceba que, se eu tenho um desejo, caso este for reprovado pelos meus pais, tal desejo é reprimido e recalcado para meu inconsciente. Se tudo terminasse por aí, seria uma maravilha. Porém, meu desejo (que foi jogado para o inconsciente) retorna e chega ao consciente quase que totalmente modificado; gerando, portanto, os sintomas neuróticos como por exemplo a neurose histérica, de onde também pode vir a angústia.

Um outro exemplo de como se formam nossas angústias: Se sou acusado de algo que não fiz, e permaneço calado ao invés de me defender das críticas, estou literalmente negligenciando um desejo; e qual é esse desejo? O desejo de me defender de errôneas interpretações ao meu respeito. Tal desejo é, então, reprimido e recalcado; retornando também sob forma de sintomas; sintomas esses como: irritação, mágoa, ansiedade, depressão ou angústia propriamente dita. Lembremos que a angústia se caracteriza pela má ou não utilização da libido; ou seja, é a má ou não utilização de nossos desejos.

Segundo Rosa (2005), o afeto significa uma "expressão qualitativa da quantidade de energia pulsional. O afeto e o representante ideativo são independentes". Ocorre, portanto, uma notória separação entre ideal representativo e afeto; entre origem e o sintoma já deformado.

É notório que a angústia possui inúmeras outras possibilidades. Também sabemos que o ambiente, isto é, as circunstâncias influenciam muito para que uma pessoa fique angustiada, embora a causa inconsciente pode também se somar com tais circunstâncias. Em suma, os exemplos que aqui foram citados tiveram por objetivo de explicar (de forma breve) como uma pessoa pode padecer de angústia sem saber a causa da mesma.

Iran Oliveira Queiroz, Psicanalista.

Tel (77) 98863-1864 (WhatsApp).

Referências 

https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/a-teoria-da-angustia-napsicanalise https://www.psicanaliseclinica.com/angustia-principais-sintomas-tratamentos/